Acrilamida – o que é, os riscos para a saúde e como evitar

Neste artigo falo sobre a acrilamida. Em que consiste, como se forma, quais são os riscos para a saúde e como evitá-la!

 

0 que é acrilamida?

Em primeiro lugar, a acrilamida é uma substância que se forma naturalmente quando os alimentos são cozinhados. Assim, ocorre nos alimentos ricos em amido, quando estes são cozinhados em temperaturas acima de 120ºC.

Este fenómeno também é conhecido por reação de Maillard.  Ou seja, consiste  no processo de torrar/grelhar os alimentos.

 

Acrilamida como se forma

Como se forma a acrilamida?

Primeiramente, é importante referir que a formação desta substância é uma consequência natural do processo de cozinhar.

Nesse sentido, existem dois fatores que contribuem para o aumento dos seus níveis – o tipo de alimento e a temperatura a que este é cozinhado.

Assim, em primeiro lugar, acrilamida forma-se mais em alimentos ricos em amidos e aminoácido asparagina. Ao mesmo tempo, ocorre com maior concentração em alimentos com pouco teor de água. Por exemplo – pão, bolachas e snacks. Nos produtos à base de milho, encontramos também níveis elevados desta substância. Nesse sentido, os cornflakes e tostas de milho têm níveis altos de acrilamida.

Em segundo lugar, quanto maior for a temperatura da confeção, maiores vão ser os níveis da substância.  Por exemplo, assar batatas a 200ºC é mais prejudicial do que a 170ºC.

 

Acrilamida ocorre ao...

Em que tipo de confecção se forma a acrilamida?

Esta substância forma-se em qualquer tipo de confeção. Ou seja, ocorre ao:

 

  • Fritar
  • Torrar
  • Grelhar
  • Assar no forno
  • Cozinhar na Airfryer

Assim, a responsabilidade não é de nenhum eletrodoméstico ou utensílio de cozinha específico. Em contrapartida, tem a ver com a temperatura da confeção.

 

Em que alimentos é encontrada a acrilamida?

Podemos encontrar esta substância em alimentos ricos em hidratos de carbono. Ou seja, pão, tostas, batatas fritas, bolachas, crackers e snacks em geral. Para além disso, o café e o chocolate também tendem a ter níveis altos de acrilamida.

É importante referir que esta substância está presente tanto nos alimentos comerciais, como nos caseiros.

 

Acrilamida

 

Riscos para a saúde

Inúmeros estudos científicos comprovam que a acrilamida é cancerígena. Nesse sentido, foi classificada como um carcinogéneo do Grupo 2Aa pela International Agency for Research on Cancer. Ademais, na Europa, foi inserida na Categoria 2b. Ou seja, é realmente uma substância com riscos para a saúde.

 

Níveis de acrilamida de uma torrada

 

Como diminuir o consumo de acrilamida?

Podemos aplicar diferentes dicas para reduzir o consumo desta substância.

 

Tipo de alimentos consumidos

Em primeiro lugar, evita alimentos processados secos. Por exemplo, bolachas, biscoitos, snacks, barrinhas, cereais e outros semelhantes. Para além disso, tem cuidado com as tostas de arroz e de milho! Muitas vezes, achamos que são uma opção saudável. No entanto, apresentam altos níveis desta substância. Para além disso, são pobres a níveis nutricional!

 

Controla a temperatura

Em segundo lugar, ao cozinhar os alimentos no forno ou na Airfryer, tenta não ultrapassar os 180ºC. Para além disso, não deixa dourar/secar demasiado. Sei que pode ser tentador cozinhar a uma temperatura mais alta…mas pensa na tua saúde!

 

Cuidado ao torrar o pão

Evita torrar demasiado o pão. Assim, não deixes que o pão fique demasiado escuro e seco. Se acontecer tostar em excesso, não consumas. Ou, pelo menos, tenta cortar as partes mais queimadas.

 

Evita alimentos pré-fritos

Limita o consumo de alimentos como batatas pré-fritas ou croquetes/rissóis. Este alimentos costumam ser vendidos congelados. Na maioria dos casos, são pré-cozinhados a altas temperaturas. Para além disso, vão voltar a ser cozinhados em casa, aumentando os níveis de acrilamida.

 

Dá preferência à comida de tacho

E, finalmente, dá preferência aos cozinhados de tacho! Ou seja, guisados, estufados, sopas. Este tipo de confecção permite manter a água e não seca os alimentos.

 

Acrilamida – conclusão

Em conclusão, devemos ter atenção aos níveis de desta substância na nossa alimentação. Por isso, devemos evitar alimentos processados e cozinhar a temperaturas mais baixas!

 

Referências

Becalski, A., Lau, B. P. Y., Lewis, D., Seaman, S. W., Hayward, S., Sahagian, M., … & Leclerc, Y. (2004). Acrylamide in French fries: influence of free amino acids and sugars.

Biedermann-Brem, S., Noti, A., Grob, K. (2003). How much reducing sugar may potatoes contain to avoid excessive acrylamide formation. 

International Agency for Research on Cancer. (1997). IARC monographs on the evaluation of carcinogenic risks to humans. 

Ubaoji, K. I., & Orji, V. U. (2016). A review on acrylamide in foods: Sources and implications to health. 

Lineback, D. R., Coughlin Stadler, R. H. (2012). Acrylamide in foods: a review of the science and future considerations. 

Stadler, R. H., Blank, I., Varga, N., Robert. & Riediker, S. (2002). Acrylamide from Maillard reaction products. Nature.

Weißhaar, R. (2004). Acrylamide in heated potato products–analytics and formation routes. 

 

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Como facilitar a digestão do alho

No artigo de hoje vou partilhar com vocês muitas dicas e truques que vão ajudar na digestão do alho!
 

Porque é que o alho é tão difícil de digerir?

Alho é muito rico em inulina, que é um tipo de hidrato de carbono não digerível, muito benéfico para a saúde intestinal. Este tipo de fibras são conhecidas por “fibra dietética” e desempenham o papel de prebióticos, alimentos as bactérias do nosso intestino (probióticos).

A inulina do alho vem dos frutanos, que são um conjunto de polissacarídeos e oligossacarídeos encontramos apenas em vegetais. Para além do alho, estão presentes na cebola, alho-francês, trigo e outro tipo de elementos. Para muitas pessoas, os frutanos são de difícil digestão, daí o alho poder ser tão chato para o intestino!

O principal truque para tornar o alho mais digesto

Muito simples: cortar o alho a meio e retirar o germe. O germe é a parte central do alho, também conhecido por “coração” ou “alma” do alho.

Retirar o germe do alho permite:

 

  • Tornar a sua digestão mais fácil
  • Reduzir o amargo
  • Reduzir o mau hálito

digestão do alho germe

Outras dicas que ajudam na digestão do alho

Escolher alhos mais pequenos e novos

Alho mais maduros são mais difíceis para a digestão, para além de terem o germe muito maior. Assim, tente escolher alho de tamanho mais pequeno e que seja fresco. Se possível, mantenha o alho no frigorífico, para ele não continuar a germinar.

Considerar utilizar o alho em cru

A alho é naturalmente mais facilmente digesto quando é consumido cru, em vez de cozinhado. Isto acontece porque o alho cru tem enzimas digestivas que, infelizmente, desaparecem quando este é cozinhado. Para além disso, em cru tem mais benefícios para a saúde intestinal, pois é mais rico em prebióticos.

A verdade é que uma vez removido o germe, o seu sabor e cheiro não serão tão intensos! Assim, considere utilizar o alho em cru, adicionando-o às receitas apenas no final da confeção, já com o lume desligado.

Não cozinhar demasiado o alho

Mas a verdade é que em muitas receitas, faz mais sentido acrescentar o alho no início da confeção. Neste caso, não cozinhe demasiado o alho e não deixe com que ele ganhe demasiada cor. O alho torna-se de mais difícil digestão quando é cozinhado demasiado, até dourar.

 

digestão do alho

Ingredientes que facilitam a digestão do alho

Para além de todos estes truques, muitos alimentos – na sua maioria ervas aromáticas – facilitam ainda mais a digestão do alho. Assim, ao combinar o alho com um destes ingredientes numa receita, vamos obter melhor sabor e também uma digestão mais fácil:

  • Orégãos
  • Hortelã
  • Gengibre
  • Alecrim
  • Salsa
  • Manjericão
  • Louro
  • Erva-doce

digestão do alho

Receitas com alho

Para terminar, deixo-vos algumas receitas em que é utilizado em alho!

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digestão do alho Pinterest

4 Anos de Dicas da Oksi…como tudo começou e evoluiu

Esta semana/mês o Dicas da Oksi faz 4 anos! Dá para acreditar? Parece que ainda ontem estava na pátio da minha residência universitária a fotografar as primeiras receitas! Desde então, este meu projeto passou a ser também o meu trabalho e propósito de vida. Neste artigo mais pessoal, conto como aconteceu este percurso! Vou responder às vossas perguntas deixadas no Instagram Dicas da Oksi e mais algumas partilhas bem pessoais. Mas, primeiro, aqui vai o resumo destes 4 anos, em números!

4 anos de Dicas de Oksi, em números:

  • 25.000 (mais de) seguidores no Facebook
  • 13.500 (mais de) seguidores no Instagram
  • 80 Workshops, com mais de 1100 participantes no total
  • 19 Showcookings
  • 8 Presenças em Televisão Nacional
  • 2 consultorias de ementa vegetariana

Querem saber como tudo aconteceu?

Como tudo começou…

Dicas da Oksi foi criado exatamente há 4 anos, no dia 16 de Julho de 2015. Eu era estudante de psicologia clínica (no Porto), estava no final do 3º ano do Mestrado. Tinha decidido tirar psicologia clínica porque sempre soube que queria ajudar as pessoas a ter uma vida melhor, mas nunca soube muito bem como. A psicologia foi a melhor resposta que encontrei na altura!

Desde o primeiro ano do curso, paralelamente ao mesmo, lia muito sobre nutrição, alimentação e outros aspetos de saúde e bem-estar. Como vim viver sozinha para o Porto, passei a ser responsável por todas as minhas necessidades, incluindo as minhas refeições! Nunca fui minha fã de carne então, naturalmente fui deixando de comprar alguns produtos de origem animal. Assim, gradualmente, fui passando para uma alimentação de base vegetal.

Como sempre gostei de comida tanto da vertente teórica, como na prática, comecei a inventar muitas receitas novas, todas vegetarianas. A família e os amigos pediam-me sempre as receitas e tinham muitas dúvidas sobre a minha nova alimentação! Por outro lado, sempre amei fotografia e escrever…sou uma pessoa muito criativa e a verdade é que no curso não estava a exprimir este lado meu.

Assim, durante as férias de Verão de 2015, quando já tinha acabado os exames da faculdade e estava a descansar nos Açores, decidi criar então o Dicas da Oksi. Pensei durante muito tempo no nome, sabia que não queria limitar a receitas…e, no fundo, tudo aquilo que eu faço consiste em pequenas dicas, opções…são sementes que vou espalhando e que cada um de vós pode ou não plantar.

Dificuldades iniciais…ou desculpas?”

Até agora parece tudo muito bonito, certo? Mas, a realidade não era assim tão fácil…pode-se dizer que eu estava em piores condições para criar um blog de culinária saudável! Estava prestes a começar o primeiro ano de mestrado com aulas todos os dias, vivia numa residência universitária em que partilhava a cozinha com mais 10 pessoas, praticamente não tinha espaço e orçamento para ter quaisquer materiais e acessórios de cozinha, não tinha dinheiro para comprar muitos dos ingredientes, não percebia nada da codificação e o tempo para dedicar ao blog também não era muito.  Em 2015, quando criei o blog, para além do mestrado ia fazendo trabalhos temporários de promoção (fui menina das amostras dos perfumes, cremes…até vendi enlatados gourmet!).

Durante muito tempo achei que era impossível começar um blog, por todas estas dificuldades pouco favoráveis…mas deixe-me de m***** e deixei de inventar desculpas (Oksana de 2015, fizeste tu muito bem!). Por isso, tudo depende do ponto de vista e da atitude. É assustador mudar, é assustador começar um projeto novo…mas é ainda mais assustador pensar que, daqui a alguns anos, será tudo exatamente igual ao dia de hoje porque não tivemos a coragem de dar o passo.

 

É assustador mudar, é assustador começar um projeto novo…mas é ainda mais assustador pensar que, daqui a alguns anos, será tudo exatamente igual ao dia de hoje porque não tivemos a coragem de dar o passo.

Desde o início, o blog Dicas da Oksi foi tendo bastante sucesso, pois na altura ainda não havia muitos conteúdos sobre a alimentação vegetariana. Passado um ano desde a criação do blog, recebi o primeiro convite para dar um workshop. Nos próximos dois anos, fui então conciliando o Mestrado, a criação dos conteúdos para o blog e alguns workshops.

Em 2017, quando estava a acabar o estágio e prestes a entregar a tese, estava à procura de estágio profissional (é obrigatório em psicologia) para continuar o meu percurso profissional. No entanto, as vagas eram escassas e implicavam, quase sempre trabalhar de graça…durante 1 ano (ou mais). Não era uma opção para mim, pois já vivia sozinha desde os 18 anos e precisava (e queria) de ter a minha independência, incluíndo a financeira.

Assim, na altura da entrega da tese e enquanto procurava estágio, fui investindo mais no meu projeto, dando mais workshops e outros eventos. Lá no fundo, sempre soube que adoraria viver do meu projeto e que ia preferir isso a um trabalho mais tradicional. Pensei para mim “se encontrar estágio sempre posso parar o que estou a fazer agora e começar a trabalhar…”.  O mesmo se aplicava para o caso das coisas não correrem como esperado: em qualquer momento podia arranjar um trabalho para “desenrascar”, num café, loja, etc.  Se estás numa situação de impasse semelhante, se não sabes se arriscas ou optas por um trabalho dentro da tua zona de conforto, lembra-te… que o melhor acontece fora dela.

 

Se estás numa situação de impasse semelhante, se não sabes se arriscas ou optas por um trabalho dentro da tua zona de conforto, lembra-te… que o melhor acontece fora dela.

 

Como tinha mais disponibilidade, começaram a surgir mais propostas de eventos, consultoria de ementa…e a minha agenda foi-se compondo. É importante referir que todos os ganhos nunca foram do blog em si ou das respetivas redes sociais, mas dos serviços realizados por mim, todos associados à alimentação saudável. Aos poucos, deixei de procurar estágio, por falta de motivação e disponibilidade. Assim, passei a viver do meu projeto não só por vontade e amor pelo que faço, mas também por necessidade.

 

Assim, paPassei a viver do meu projeto não só por vontade e amor pelo que faço, mas também por necessidade.

dicas da oksi

Como foi passar a trabalhar por conta própria?

Devo dizer que foi incrível e assustador ao mesmo tempo. Trabalhar um projeto próprio implica sempre um risco e instabilidade. Mas, achei que mais valia assumir esse risco enquanto era nova e não tinha responsabilidades para além de mim (filhos)…eu sabia que, se não o fizesse na altura, ia acabar por fazer mais tarde.

Por um lado, foi incrível porque, pela primeira vez, estava quase a full-time (ainda fazia alguns trabalhos de promoção) no meu projeto e podia dedicar-lhe mais tempo! Eu amo produzir conteúdos, comunicar, partilhar e organizar eventos, e finalmente consegui fazê-lo com calma e dedicação!

Por outro lado, foi assustador por causa da pressão (de mim própria) para ser boa o suficiente e ganhar o suficiente (afinal de contas ninguém vive de energia solar!). Já estava a pagar renda, contas e todas as despesas possíveis e imagináveis. Não tinha (e nem queria) ninguém para me suportar financeiramente (apenas de saber que, se fosse preciso, os meus pais estariam lá para isso também). Há sempre presente este misto de emoções e muitas dúvidas presentes. Foi necessário muita confiança, trabalho interior e capacidade de planeamento e organização para make it work!

 

Há sempre presente este misto de emoções e muitas dúvidas presentes. Foi necessária muita confiança, trabalho interior e capacidade de planeamento e organização para make it work!

 

Qual é parte mais difícil de trabalhar por conta própria?

Tal como já tinha referido, a instabilidade financeira é sempre uma questão difícil. No entanto, devo dizer que a solidão do dia-a-dia consegue ser ainda mais…na maioria das vezes, quem vive de um projeto próprio passa a maioria do tempo sozinho! Fazem muita falta as pausas no trabalho a falar com os colegas, as horas de almoço acompanhadas, os cafés depois do trabalho!

Há também imensos aspectos que são, ao mesmo tempo, desafiantes pela positiva e pela negativa. A constante necessidade de aprendizagem e inovação, a multiplicidade de tarefas de áreas diferentes que realizo todos os dias enriquecem-me mas, sem dúvida, tornam todo o trabalho mais difícil.

E a melhor?

A flexibilidade de horários é algo que me agrada, apesar de tentar trabalhar ao máximo dentro do horário laboral “normal”! O fato de trabalhar a partir de casa permite também almoçar comida caseira e até feita na hora, o que para mim é uma mais-valia enorme. Por último, a responsabilidade, que tem sempre dois lados! Se alguma coisa não correr como esperado, a culpa é nossa…mas também, tudo o que correr bem, todas as conquistas e vitórias também são 100% nossa responsabilidade!

dicas da oksi

Em conclusão…

Fico muito feliz por, há alguns anos atrás, ter começado e blog e todos os projetos envolventes.  É, sem dúvida, muito gratificante chegar ao final do dia e sentir que amo aquilo que faço. Receber o vosso feedback é a melhor parte do meu trabalho e fico muito feliz por ajudar pessoas e partilhar a minha jornada

 

Kombucha – o que é, quais os benefícios e como fazer!

Nos últimos anos a popularidade dos alimentos fermentados  tem vindo a aumentar drasticamente. Por isso, de certeza que já ouviste falar em kombucha! É provável até que já a tenhas experimentando! A kombucha constitui uma bebida fresca, gaseificada e probiótica. Pode também ter diferentes sabores, sendo uma alternativa mais saudável aos refrigerantes.

Apesar desta moda, muitas pessoas ainda não sabem em que consiste esta bebida. Eu já produzo e consumo esta bebida há anos! Por isso, neste artigo partilho os meus conhecimentos sobre ela.

Assim, neste artigo, vão ser explorados os seguintes tópicos:

 

kombucha

 

1 – Em que consiste a kombucha

Em primeiro lugar, em que consiste esta bebida? A kombucha é uma bebida à base de chá fermentado. Apesar de se ter tornado conhecida nos últimos anos, tem sido consumida desde há milénios de anos em diferentes países. Tem ganho popularidade devido aos seus benefícios e propriedades, e também graças ao seu agradável sabor.

A história da deste bebida remonta à China, 220 A.C, quando o imperador na altura a consumia pelas suas propriedades detoxificantes e energizantes. Em 414, o médico chines Kombu trouxe a cultura da kombucha da Coreia, para curar os problemas digestivos do imperador. Depois disso, na viragem do século, o chá fermentado foi introduzido na Rússia, através de comerciantes orientais. Assim, tornou-se muito popular na Europa de Leste a partir daí (Roche, 1998).

Hoje em dia, este refrigerante à base de chá é uma das bebidas mais populares no mundo e encontra-se à venda em lojas de produtos naturais e alguns supermercados.

 

 

No entanto, a  kombucha caseira é a melhor opção, por conter mais benefícios e menos açúcar.

 

kombucha - scoby

 

2 – Quais são os benefícios da kombucha

Diversos artigos online têm proclamado todo o tipo de benefícios da bebida. Contudo, ainda não existem muitas conclusões evidentes a partir de estudos científicos. Isto acontece devido à escassez dos mesmos.

No entanto, as investigações científicas têm demostrado que esta bebida parece ter algumas propriedades. Entre elas – anti microbiais, antioxidantes, anticancerígenas e antidiabéticas. Para além disso, a bebida pode ter um papel no tratamento para úlceras gástricas e alto colesterol. E, por fim, os estudos mostram que esta bebida pode ter um impacto na resposta imune e desintoxicação do fígado.

Para além disto, sendo uma bebida fermentada, contém bactérias probióticas benéficas para a nossa microbiota intestinal e saúde em geral.

Muitas pessoas afirmar sentir diferentes consequências positivas do consumo da kombucha e apreciam também o seu agradável sabor.  Esta é uma bebida naturalmente gaseificada (graças à fermentação), pelo que é muito agradável ao paladar e é um bom substituto aos refrigerantes.

 

kombucha - preparação

 

3 – Como a kombucha é feita?

Mas, como preparar esta bebida? A kombucha é feita então à base de chá, preto ou verde. A cultura de kombucha, chamada “bolacha” ou SCOBYsymbiotic colony of bacteria and yeast – é aquilo que transforma um simples chá em bebida fermentada. Esta “bolacha” é então a colónia de bactérias necessárias para produzir kombucha, pelo que permite transformar o chá numa bebida probiótica.

Mas não basta o chá e a bolacha para produzir a kombucha, pois esta cultura precisa de alimento constante. Assim, é o açúcar que vai alimentar a bolacha e que vai permitir que com ela produza bactérias e microrganismos benéficos para nós.

Mas o açúcar não é prejudicial e não deve ser consumido? Sim, é, no entanto, neste caso, o açúcar é para a bolacha, sendo que no final de fermentação é consumido quase na totalidade por ela. O chá açucarado é fermentado então através da cultura de kombucha durante 7-15 dias, sendo que o tempo de fermentação varia sempre consoante a temperatura ambiente.

 

 

Desde que o chá seja fermentado durante tempo suficiente, o produto final é reduzido em açúcar. Por isso, a kombucha caseira é uma melhor opção, por se conseguir controlar a quantidade de açúcar presente!

 

kombucha - workshop

 

4 – Como se pode pode produzir kombucha em casa

A maioria dos ingredientes – como o açúcar e o chá – são muito comuns e podem ser encontrados em qualquer lado. No entanto, a principal dificuldade costuma ser a cultura, que pode ser arranjada por doação ou venda. Surgem também muitas dúvidas durante a produção desta bebida. Pessoalmente, já a produzo há muitos anos! E, através dos workshops presenciais, ensinei muitas pessoas a prepará-la. Por isso, criei o Pack Workshop online Fermentados Caseiros + Cultura de Kombucha.  Assim, tu também podes ter as ferramentas necessárias para produzir Kombucha caseira!

 

Em conclusão…

Em suma, kombucha é uma bebida saborosa que parece possuir diversos benefícios para a saúde. Para retirar o máximo das suas qualidades, deves dar prioridade à bebida caseira/artesanal, fermentada de maneira a ser reduzida em açúcar. Pode ser um óptimo substituto aos refrigerantes comerciais!

 

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Referências:

Aloulou, A., Hamden, K., Elloumi, D., Ali, M. B., Hargafi, K., Jaouadi, B., … & Ammar, E. (2012). Hypoglycemic and antilipidemic properties of kombucha tea in alloxan-induced diabetic rats. BMC complementary and alternative medicine12(1), 63.

Banerjee, D., Hassarajani, S. A., Maity, B., Narayan, G., Bandyopadhyay, S. K., & Chattopadhyay, S. (2010). Comparative healing property of kombucha tea and black tea against indomethacin-induced gastric ulceration in mice: possible mechanism of action. Food & function1(3), 284-293.

Bhattacharya, S., Gachhui, R., & Sil, P. C. (2013). Effect of Kombucha, a fermented black tea in attenuating oxidative stress mediated tissue damage in alloxan induced diabetic rats. Food and chemical toxicology60, 328-340.

Jayabalan, R., Chen, P. N., Hsieh, Y. S., Prabhakaran, K., Pitchai, P., Marimuthu, S., … & Yun, S. E. (2011). Effect of solvent fractions of kombucha tea on viability and invasiveness of cancer cells—characterization of dimethyl 2-(2-hydroxy-2-methoxypropylidine) malonate and vitexin.

Ram, M. S., Anju, B., Pauline, T., Prasad, D., Kain, A. K., Mongia, S. S., … & Kumar, D. (2000). Effect of Kombucha tea on chromate (VI)-induced oxidative stress in albino rats. Journal of ethnopharmacology71(1-2), 235-240.

Roche, J. (1998). The history and spread of Kombucha. Źródło: http://users. bestweb. net/om/kombu/roche. html,(10.10. 2014).

Yang, Z. W., Ji, B. P., Zhou, F., Li, B., Luo, Y., Yang, L., & Li, T. (2009). Hypocholesterolaemic and antioxidant effects of kombucha tea in high‐cholesterol fed mice. Journal of the Science of Food and Agriculture89(1), 150-156.

Pataniscas de curgete

Pataniscas sem bacalhau e sem ovos

Sim, é possível fazer pataniscas sem bacalhau! Sei que pataniscas são um petisco português muito popular, no entanto, a sugestão que vos trago hoje é inspirada numa receita de leste.

A versão tradicional leva ovo e farinha de trigo, apesar da estrela do prato ser na mesma a curgete. É uma receita que a minha mãe faz com frequência e, numa das visitas aos Açores, tive a ideia de a adaptar para uma versão 100% vegetal.

 

Sobre a farinha de grão-de-bico

Ao contrário do costume, não foram necessárias muitas tentativas para a receita sair perfeita. Tudo graças à farinha de grão de bico, que substitui muito bem o ovo em receitas salgadas.

É uma farinha com características muito distintas da maioria das farinhas. À nível nutricional, é mais rica em proteína e contém menos hidratos de carbono, por ser de uma leguminosa e não de um cereal; é também de notar que é uma farinha naturalmente sem glúten. À nível culinário, tem um sabor muito mais forte do que outras farinhas e uma consistência mais densa. Assim, não é comum ser utilizada em receitas doces.

 

Como dar a liga, sem os ovos?

A farinha de grão permite obter uma massa cremosa mesmo o ovo, no entanto, gosto sempre de adicionar gel de linhaça (linhaça moída com água) a este tipo de receitas. Para além de tornar a massa mais elástica, a linhaça é sem dúvida um ingrediente que devíamos consumir todos os dias, devido ao seu alto teor em ómegas 3 *1(sim, o mesmo do peixe!). Este nutriente constitui uma preocupação para quem quer optar por uma alimentação 100% vegetal, mas a verdade é que não é exclusivo de fontes animais.

 

Receitas das quais pode gostar:

Pataniscas de Legumes

Grão-omelete de vegetais (vegan)

Hambúrgueres vegan de quinoa & legumes

Vamos então à receita das pataniscas de curgete?

Pataniscas de curgete
 
Tempo de preparação
Tempo de cozimento
Tempo total
 
Autor:
Tipo de receita: Prato principal
Cozinha: Vegano, Sem glúten
Porções: 6 pataniscas
Ingredientes
  • 1 curgete média (330 gr), ralada
  • 100 gr de farinha de grão de bico
  • Ramo de salsa, picada
  • 1 dente de alho, ralado
  • 1 colher (sopa) de sementes de linhaça moídas
  • 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
  • 1 colher (chá) de vinagre de maça
  • 1 colher (sopa) de óleo de coco
  • Sal e pimenta preta q.b.
  • 50 ml de água
Instruções
  1. Combinar as sementes de linhaça com a água e deixar repousar (para obter o gel de linhaça).
  2. Colocar a curgete ralada numa taça e combinar com o sal, a salsa e o alho. Massajar ligeiramente até começar a libertar água.
  3. Juntar à mistura o gel de linhaça e temperar com pimenta preta, incorporando todos os ingredientes.
  4. Adicionar gradualmente a farinha de grão de bico. A massa deve obter uma consistência grossa, mas leve.
  5. Colocar o bicarbonato de sódio por cima da massa, abafando-o com o vinagre. Envolver bem.
  6. Com a ajuda de uma colher de servir, colocar porções da massa numa frigideira antiaderente aquecida, ligeiramente untada com óleo de coco, formando assim as pataniscas.
  7. Cozinhar cada patanisca em lume médio-baixo, durante 4 minutos de cada lado.

*1 Rodriguez-Leyva D, Weighell W, Edel AL, LaVallee R, Dibrov E, Pinneker R, Maddaford TG, Ramjiawan B, Aliani M, Guzman R, Pierce GN.Potent antihypertensive action of dietary flaxseed in hypertensive patients. Hypertension. 2013 Dec;62(6):1081-9.